EDIÇÃO DE COLECIONADOR

A série Litorâneas se apropriou de uma linguagem há muito esquecida pelas necessidades diárias na produção fotográfica. Utilizando a longa exposição tão necessária nos meados do século XIX, comecei buscando uma nova forma de redescobrir nosso litoral, criando assim uma nova leitura imagética sobre as paisagens litorâneas.

O lento processo de fotografar usando a longa exposição que exige a câmera sobre o tripé, os longos minutos registrando a imagem, me trouxeram uma nova forma de perceber e contemplar a paisagem. Num ritmo desacelerado, capturando a passagem do tempo, as fotografias da série Litorâneas me fazem contemplar a paz, o mistério e a solidão.

Primeira longa exposição produzida em abril de 2010, fazendo parte dos estudos de luz e técnica da série.

Revisitando o arquivo de fotografias com um novo olhar pude ressignificar e reinterpretar as paisagens, trazendo uma nova maneira de ver as fotografias produzidas entre 2010 e 2013. Com um olhar minimalista, as fotografias da "Edição de Colecionador" são a oportunidade de ter em sua coleção fotografias da série Litorâneas, que foi agraciada com alguns dos mais importantes prêmios de fotografia.

"A fotografia foi inventada porque o homem cansou-se de ver o tempo passar sem poder fazer nada.  Esta angústia de se saber mortal, de ver cada dia a morte chegar mais perto, o fim da jornada, como resolver isto?

O fotógrafo japonês Hiroshi Sugimoto, um dos melhores e mais complexos da atualidade, enfrenta este desafio assim: entra num cinema monta sua camera em um tripé e assim que o filme começa abre o diafragma da câmera. Quando termina o filme, duas horas depois ele fecha o diafragma e a luz deixa de ser registrada no filme. Com isso procura capturar o tempo.

O trabalho de Alessandro continua esta pesquisa de uma forma absolutamente pessoal. Olhamos seu trabalho e não há dúvidas, este é o Alessandro Gruetzmacher, capturando o tempo, capturando a paisagem, o céu, as montanhas, o mar, de uma forma poética, linda e misteriosa.

Compondo o caos em um quadrado Alessandro nos traz um semblante de harmonia. O mundo redondo enquadrado levanta questões para nossa reflexão. Esta é a função da fotografia quando utilizada da melhor forma possível. E em preto e branco o mistério aumenta, o essencial fica claro – e escuro.

Vivemos num mundo ambíguo de luz e sombras, noite e dia, amor e ódio, ignorância e sabedoria. Nada melhor que o preto e branco para gravar o que não pode ser registrado.

Mas o belíssimo trabalho de Alessandro vai além, fala da solidão, fala do infinito, fala da importância de se olhar o mar. Em seu manifesto sobre arte, a fotógrafa e performer Marina Abramovic diz que o artista deve passar horas vendo o mar, deve passar horas vendo as estrelas – e que o artista deve criar um espaço para que o silêncio adentre sua obra.

A obra deste nosso artista catarinense aprofunda o mistério, mostra o som do silêncio, passa horas vendo o mar e alegra a alma."

*Texto de Claudio Edinger sobre a série Litorâneas

Clique aqui para ver a galeria com as fotografias da coleção
ou faça o download do catálogo aqui

As fotografias desta coleção estão disponíveis nos tamanhos abaixo, de acordo com a proporção:

- 23 x 15 cm
- 22 x 18 cm 
- 19 x 19 cm

Todas as fotografias são impressas em papel Hahnemühle, emolduradas no tamanho 40 x 50 cm seguindo padrões museológicos de conservação. São assinadas e numeradas no verso, e seguem acompanhadas do certificado de autenticidade.

 

© Copyright 2024. All rights reserved.

 

Using Format